RUMINANTES
Vamos mugindo todos pela estrada
morte certeira, vida marcada,
ruminando a sorte, cantiga estradeira,
viola, poeira, canção encantada.
Amores, paixões, vida doída
idas e vindas na sofreguidão,
arrancando poesia das rugas do rosto
e o desgosto nos calos da mão.
Cabeça baixa, andar ligeiro,
como soubesse o triste destino
fingindo alegria em cada lamento.
Violeiro, cantador, bicho estradeiro,
um simples brinquedo nas mãos de um menino
sempre esperando o canto derradeiro.
Saulo Campos - Itabira MG