BONS TEMPOS
Houve um tempo em que o fio do bigode
e a palavra de um homem eram um tesouro,
valiam mais que um baú cheio de ouro,
sua honra não trocava por dinheiro,
o diploma tinha reconhecimento
por aqui e também no estrangeiro.
Houve um tempo em que o amigo era amigo
muitas vezes era tido como irmão,
a amizade era sincera e perdurava
havia apreço, zelo e consideração.
Houve um tempo em que a poesia
era canção de ninar,
todo mundo se rendia
aos versos de um bom cantar.
Tempo em que a esperança
não cansava de esperar.
.A viola ponteada
arrancava choro e riso,
como se fosse preciso
o mundo inteiro versejar.
Mas foi-se um dia esse tempo
que o progresso exterminou.
Hoje a palavra de um homem
mesmo que seja doutor
se não tiver um cartão
não mata a sede ou a fome,
é o reinado do cifrão,
onde o dinheiro no banco
mesmo sendo virtual
vale mais que o cidadão.
Saulo Campos - Itabira MG