AUSÊNCIAS
 
 
Ele disse sobre o fardo
Carregado
Portanto o fado
Andante falado
Não tinha
O mesmo instante
Era distante
De tudo
Se confrontava
Não podia ser nada
Os braços cansados
As mãos atadas
O coração divido
Entre o cupido falante
E o estúpido
Quieto
Sofrendo sem sexo
Num canto
Bebendo sabores
Do que não tem nexo
P’ra o que quer
Sabor de vida
Sem mulher
Amargo regresso
Ao inferno
Pedido de sonhos
No bar aberto
Quer sonhos
No desastre consumido
O amigo vive na estrada
Aonde o inimigo
Também se disfarça
Estranha farsa que vive
Se não há crença
Os ouvidos se calam
A máscara usada
Passa por entre paredes
Concreto de espelho
Se  quebra
Diante dos covardes
Imperismo da vaidade
O passado  planta
E não abre passagem
Miragem da semente
Que não irrompe
Nasce na cripta
De cristal
O que não traz novidades
Não vem das rotas
Amigas
Sonhou com as idades
Das fábulas
Esqueceu que idades
São méritos de verdades
O experimento
Depois do nascimento
Vai crescer
E é este o poder
Se não o tem
O que fazes aqui.