Insônia
E na madrugada eu vou descobrindo o mundo,
Vou desvendando o meu mar de pensamentos, da superfície ao fundo,
Foi na madrugada que eu aprendi a chorar sem derramar uma lágrima sequer,
Aprendi a sofrer, e descrever, tudo o que um bom poema requer.
E foi durante as noites que eu aprendi a poetizar,
Aprendi com luas e estrelas como se deve amar,
Foi com os olhos fechados, que eu pude ver tudo,
Que eu fiz das palavras minha proteção, meu escudo.
E as poucos eu vou percebendo que a insônia se tornou parte do meu ser,
Algo que impossibilita o coração de doer,
Vem na hora que é necessário escrever com a alma,
Que vem quando se necessita de calma.
E nestes pequenos versos eu vou vendo o relógio da meia-noite passar,
Desistindo por aqui de acordado ficar,
Certo de que não importa o que haja o sol de novo virá,
Pois para novos poemas o amanhecer servirá.