MIRTES ENTRE OUTROS CONTOS
VOLÍFERA D'BRONZE

 
 
É a moda da praia
Ela desfila
Por sobre a areia
Deusa- sereia
Não fica sobre
Nenhuma pedra
Antes pedra
Por  medusa
Transforma quem
Parece ficar
Num estado vigilante
Pasmado
Conforme ela anda
Abana cabelos
Morenos de mechas
Pintadas
Num vento de mãos
Atadas
Sonhando tê-la
No requinte da covardia
Que vem de toda
Beleza
A frieza de mostrar
O que por perto
Despreza
Os pés descalços
Nuvens  soltas
O show continua
Ela já posa nua
Nos andarilhos
Que vagam
Boquiabertos
Estão todos por perto
Da lua
Que tem um sol
De eclipse
Se você visse
Ele disse
O outro um palpite
Ela vai sentar
Naquela praia
Tira a saia de canga
Enfeita
O que antes era tudo
Branco
Sem tons acesos
O chapéu colorido
Por que de certo
Que inferno
Por dentro deles
Pede que voe
O que apaixona
É a dona das volúpias
Escondidas
Nas mínimas vestes
Íntimas
Levantar indisposta
E a aposta dos lacaios
Que dela são vassalos
Todas as outras
Desaparecem
O que se esquece
Também tem a mesma prece
Do sentido vulgar.