Capital

Gente de todo tipo,

Gosto de todo jeito.

Coexistindo, convivendo,

Contrastando lado a lado.

Pessoas correndo,

Concorrendo e ocorrendo.

Percorrendo, recorrendo,

Discorrendo, escorregando...

Pessoas diferentes de várias cores,

Cores diversas em várias pessoas.

Retrato fiel do Brasil,

Da heterogeneidade:

Diversidade de origens,

Miscigenação racial,

Mix e remix cultural.

Símbolo da modernidade,

Da urbanidade, de milhões.

Multidão de individualidades

E anonimato na multidão.

Capital cultural e financeira,

Centro da poluição e do tráfego.

Onde tudo é grande

E ao mesmo tempo

Minimalista.

Detalhes se sobressaem

E se perdem no mutirão,

Simultaneamente.

O mundo inteiro num só lugar.

Um mundo de opções e variedades.

Onde se encontra de tudo,

De tudo um pouco. Ou muito.

Muito de tudo. Tudo de tudo.

Muito tudo!

Onde se vê de tudo.

Mas que não se vê

Olhares de estranheza,

Pois tudo é normal!

Café expresso,

Fast-food,

Drive-in,

Drive-thru –

Tudo expresso,

Pra viagem,

Uma rapidinha!?

Pessoas loucas,

Com muito trabalho

E sem tempo,

Ou sem trabalho

Nem tempo.

Pessoas feias e irresistíveis,

Juntas e ao mesmo tempo,

Pobres e metidos,

Cultas e superficiais,

Gente fina e fedida.

Tudo num só lugar.

Uma cidade iluminada,

Que não para nem apaga,

Não fecha nem desliga,

Nunca acaba...

(São Paulo, 22/06/2014)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 03/01/2015
Código do texto: T5089665
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