[Vê se me erra, ó vida louca!]
Há uma estranheza, um desconforto, em ver [ou sentir] a loucura desinquietar alguém ao meu redor.
Por que sou tão analítico assim,
por que não sinto nada [ou não sei o que sinto...],
por que tenho esta mente assim, fria, impassível até?
Descobri, recentemente,
que não sei amar, e nem sei o que é amor.
Se penso na estética de uma tragédia, de uma escolha falhada, de uma vida perdida em desesperos sem saída... sou humano demais?
Erre-me, por favor, ó vida louca! A primeira vida falhada do mundo é a minha! O vasto mar ou o cemitério: dois lugares de profunda contemplação!
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[Ilhabela, 20 de dezembro de 2014]