NOVO ANO
NOVO ANO
Fogos de artifício
Espoucam na noite
Celebrando o armistício
Depois de tanto açoite
Espumantes jorram das garrafas
Para liberar tonturas
Livrar mentes de agruras
E corpos de estafas
Pede-se que tudo se prolongue
Que aquela noite se alongue
E que ao raiar do dia
Seja outro o dia a dia
Mas o sol raia
A ressaca é presente
A alegria morre na praia
A realidade é expoente
Foi-se a festa
Apenas resta
Continuar a caminho
Sem estranhar o ninho
O amanhã será de faina
Não haverá fogos nem espumantes
Tudo haverá de ser como antes
A massacrante rotina
Dali há um tempo
Haverá novas ilusões
Para afastar contratempos
E alegrar corações
E assim num entra ano
Sai ano
Vamos comemorando
E graças aos céus
Um pouco nos enganando