NOVO ANO

NOVO ANO

Fogos de artifício

Espoucam na noite

Celebrando o armistício

Depois de tanto açoite

Espumantes jorram das garrafas

Para liberar tonturas

Livrar mentes de agruras

E corpos de estafas

Pede-se que tudo se prolongue

Que aquela noite se alongue

E que ao raiar do dia

Seja outro o dia a dia

Mas o sol raia

A ressaca é presente

A alegria morre na praia

A realidade é expoente

Foi-se a festa

Apenas resta

Continuar a caminho

Sem estranhar o ninho

O amanhã será de faina

Não haverá fogos nem espumantes

Tudo haverá de ser como antes

A massacrante rotina

Dali há um tempo

Haverá novas ilusões

Para afastar contratempos

E alegrar corações

E assim num entra ano

Sai ano

Vamos comemorando

E graças aos céus

Um pouco nos enganando

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/01/2015
Reeditado em 03/01/2015
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