A Última Poesia do Ano

Na última poesia eu não falarei do dia

e, mesmo sob o açoite não falarei da noite,

e não falarei o verso que é controverso

e, não cantarei a rima que é matéria-prima.

Na última poesia eu não falarei do pássaro

e, mesmo sob a chuva eu não falarei da bruma,

e não falarei em trovas sobre as rosas

e, não cantarei a aldravia sobre a lascívia.

Na última poesia eu não falarei do sol

e, mesmo que seja a lua eu não falarei do arrebol,

e não falarei do soneto em branco e preto

e, não farei cantigas sobre as vidas.

Na última poesia eu falarei da própria poesia

que constrói de verso em verso a minh'alegria,

que na rima imagina o olor da tangerina,

que na estrofe transfigura o que é precoce.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 31/12/2014
Código do texto: T5086658
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