Às vezes o coração para de bater (ou poema a uma amiga morta)
Às vezes o coração para de bater
Às vezes o corpo insiste em morrer
E tu, minha cara
Na flor da sua juventude
Perdeu a vida
Sucumbiu a leucemia
Pereceu ante todos que ficaram
Jamais verei outra vez teu rosto alegre
Teu sorriso altivo
O teu lindo rosto
Jamais conversaremos novamente
E nunca mais contagiarás alguém com tua alegria
Maldita medicina, ainda muito ineficaz
Que não pode tua vida prolongar
Maldita a doença que te subtraiu a vida deste mundo
Amaldiçoadas todas as desgraças que culminaram nesse final triste
Porém, algo jamais me será subtraído
As boas lembranças que vivemos juntos
Ainda nos tempos de criança no colégio
E depois a minha separação de vocês, amados amigos
Contudo algo sempre permaneceu comigo
A impressão de que era uma verdadeira princesa
E por alguns poucos anos terrestres, reinou magnanimamente neste mundo
Presenteando-nos, teus fieis súditos, com a sua bela alegria contagiosa
E reinando alegremente por alguns curtíssimos anos perante o universo
Somos todos poeiras cósmicas, somos filhos das estrelas
E a tua estrela, minha amada amiga, é a que brilha mais forte no céu
Basta olhar para o alto e admirar tua beleza!