O Velho e o Mar

Minhas mãos trêmulas seguram as redes

como se fossem os meus pães e os meus peixes.

Sou mais um entre outros, talvez o menos lúcido.

O mar me adotou nos lamentos de minha mãe.

Nele fui criado, até me tornar homem forte.

Não canso de olhar o horizonte, que se acaba não sei onde...

As ondas namoram a areia e eu namoro meus sonhos.

Sou um velho apaixonado pelo canto das sereias.

Farejo temporal, leio nuvens e as estrelas do céu que vão e vêm.

O mar apaga minhas memórias sofredoras.

A pele morena não se acostuma mais ficar fora do sal.

Fui adotado por águas claras, que não existem mais.

Mas ainda assim, bendito o dia em que nasci sem pai!

Minhas mãos ainda tremem...não tenho pães, não tenho peixes.

Ouço chamarem meu nome, lá longe...levanto e vou.

Vou pescar, sem anzol e sem isca...andarei até entrar no mar.

O balanceio das ondas me lembrarão os braços de minha mãe.

Sossego. É hora de descansar.

Cláudia Banegas
Enviado por Cláudia Banegas em 30/12/2014
Código do texto: T5085821
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.