Alma doce.

Minha alma sonha sem quedar

revira suas asas sem trégua

deixa o vento menino e feliz.

Ela sabe que tenho esperas

sabe das minhas transfusões

conhece meus ossos roídos todos.

Minha alma tem voz, cheiro, cor

respinga hálitos de flor por tudo que é lado

não se deixa vencer nem esquecer.

Minha alma encanta sem tropeções

solta as rédeas, destrava os medos,

espalha votos de lutas e de paz

como sempre quis.

Minha alma é doce, fácil de fincar

nunca desespera nem espera

é perdiz atrás do rango matinal.

Dessa alma tão escalada,

que hoje venho me curvar e afinar

cada vão tosco dos meus sonhos

cada furacão fugido do meu amor

cada verso falido das minhas ilusões.

Dessa alma tão menina, tão bandida,

que não serve a janta sem trocados a mais

que não andarilha sem pedidos do Rei

que não morre sem as fadas dizerem amém.

Dessa alma corroída e assim mesmo plena

dessa alma distante e tão aquecida

dessa alma que arrepia Deus até sempre

que hoje faço de rogado e vou à forra

trazendo no bojo dos seus peitos uma canção só

essa mesma que agora acabei de purgar

que agora mesmo enfiei nessa trouxa e fui embora

para nunca mais voltar

para voltar sempre.

Sempre voltar.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 29/12/2014
Código do texto: T5084278
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