Noturno
Noturnos olhos cravejaram a minha aurora
Criando, eterno, o crivo triste e o sonhador
E a tal agrura que cavalga em meu dorso
Criou-se asas, leve voa sem temor
É no sorriso, nobre dama, que resido
Nas memórias danço insone o fervor
Dessas tuas vestes fiz bandeira e alarde
E do teu nome fiz destino do furor
Antes menino, sou completo desvario
Pois na janela sopra breve o espreitar
Peço ao Sol que ainda demore a alvorada
Pra que eu veja, ainda noturno, teu olhar
Devolva estrelas que roubaste do meu céu
Mas guarde ainda o que um dia já foi meu