MIRTES ENTRE OUTROS CONTOS
A LUA DE NUBLO ESTRELADO
 
 
Havia um sopro de neve
Na cerca viva
Viva agora
Se deixa pensar
Foi quando mesmo
Que a vi sair correndo
 altar florido
vento bravio
soprava um lenço
que me avisava
Convidados sortidos
Damas infames
Um padre ancião velho
Entrada povoada
Os abraços perfeitos
Dentes amarelos
Cabelos escovados
Centelhas que apagam
Pelo perfume
Exagerado
Fitas no entorno da porta
Convidam
Lá dentro dois corpos
Esperando a
Vida morta
O segredo vivído
Nenhum medo
De abrir as cartas
A benção das mãos
De lavanda
Não causa nenhuma santa
Ele era um martírio
Óculos nas vistas
Nada permite
O todo não invade
 mundo secreto
Do tolo covarde
Aneis de ouro
Brilham no rosto
Que dela reflete
Um muro avesso
Ao que a vontade trai
Por baixo
Demônios te esperam
Grita a voz dela
Cansada
Viverás esta esternidade
Por todas as idades
Que podiam ser
Verdades contadas
Em camas suadas
Desespero das
Suicidas
Sofrem de assalto
Salto alto quebrado
Vestido longo
Curto ficando ao longo
Caminho de sonho
Estranho sorriso
Visto por todos
Ela parte na tarde
Da noite
Um cavalo de açoite
Encilha sem cela
Pensava ela
Ele já penetrando
Mato alto
Grilos falantes
Ele d’outro lado
Agora
Lobos uivantes
O pedaço de tempo deixado
Fala ao mártir
Que o encanto
Tem corpo
E os outros nada sonham
Seus sonhos
No entanto
Nem portanto
Se quer por enquanto.