MIRTES E AS NOTAS DA TUMBA
 
 a percepção do mal
 
Desencanto notável
Ela abriu sua casa
Teve as entradas
Entregues de graça
Visitaram seu quarto
Estupraram a morada
Os jardins dormem
Cobertos de folhas secas
Folhas amargas
Nuvens negras
Um copo doce
Por que o remédio adormece
Tudo se esquece
O sonho desaparece
O que acontece
No depois do calar alheio
Volta o começo
Quem anda nos vários
Andares de cima
Brisa que não trafega
Nada lá embaixo
Tudo é vida
Vida dulta
Pouca infância
Desencanto notável
Nota de vistas
Ao que é viável
Cordas avulsas
Nós prontos
Cadeira agora vazia
Caida no chão
Coração tranquilo
Devagar vai se apagando
O rosto tão belo
Dorme de lado
O elo que queriam
Era tão pobre de essência
Muitas aparências
Nenhum concreto
Verbo dito
Discurso de sábios
nas leituras roubadas
Falas diagramadas
Pra não errar
Equilibrio falso
Esqueceram de sonhar
Entraram no carpete
Felpudo
Avistaram o tampo
De veludo
Única fonte de verdade
Dados jogados a esmo
O que queriam mesmo
Quando entraram
Em minha casa.