FUI À FEIRA DA LADRA!
Com feira na capital
Fui ver o que lá havia
Vi tanta coisa afinal
Copos de vidro, em cristal
E tanta quinquilharia!
Agrafadores enferrujados
Do tempo da minha avó
Alguns pratos já quebrados
Livros de autores afamados
Mas resguardados do pó!
Carros antigos, de colecções
Cassetes e grafonolas
Casacos e blusões
Ferramentas aos montões
Computadores e violas!
Muita marca de navalha
Fitas métricas já usadas
Chapéus de pano e de palha
E no meio de tal tralha
Até bonecas desmembradas!
Dizem ser da Ladra, a feira
Mas eu nem feirei sequer
Sem dinheiro na algibeira
Fui lá só por brincadeira
Em passeio por prazer!
Meteram-me a conduzir
Em Lisboa prestei provas
Fartámos de divertir
Mas no fim fui colidir
Com um poste em Vendas Novas!
Foi distância que mal medi
Quando num parque estacionei
O certo é que também perdi
A máquina que trazia ali
Mas nem por isso chorei!
Importa é termos chegado
Com saúde e bem ao lar
Depois do dia passado
Cheguei a casa, estafado
Prontinho…pra descansar!