Os Plácidos

Nasceu de uma absurda explosão

Entre o mato e o clarão ascendeu

Coisa alguma

Com emergência de nascer

Que nasce por nascer

Que brota de morte oblíqua

Sobre as casas de tauba

Podres envelhecidas cortinas de chita

Entrava

Dedilhava as gavetas

Desarrumava o capim

Com o olho em riste apontava

No meio da rua pairava

A rua era livre

Os cabelos da menina presos no laço de chita

A poeira viva na sola dos sapatos

A comida mal paga

O ônibus que não parou

Correu-ficou

Comeu a tauba a explosão o clarão

Comprou jornal

Leu pesados corpos que a poeira estraga

Tornou a ser oblíquo

Explodiu

Viam-se espantados os plácidos

Maquinalmente postados em classes

Famigerada classe

de carnavais e ânus novos.