Como somos estúpidos.

Somos estúpidos quando nascemos,

achando que dava pra pisar nesse chão sem pedir licença.

Somos estúpidos quando amamos,

misturando suares numa tresloucada cantoria.

Somos estúpidos quando encantamos,

pensando que assim nossas asas ficariam menos encardidas.

Somos estúpidos quando partimos,

supondo que nossa história ficará aguardando nossa volta sem cessar.

Somos estúpidos quando gozamos,

tentando verter paixão numa profusão cangaceira.

Somos estúpidos quando plantamos,

buscando arrancar da terra o que ela guardava só para si.

Somos estúpidos quando nos irmanamos,

compartilhando os mesmos cabrestos, amarras e cercas-vivas.

Somos estúpidos quando nos desnudamos,

liberando nossos sábios antes fartos e escravos.

Somos estúpidos quando mentimos,

dissecando as válvulas da fé numa algazarra infernal.

Somos estúpidos quando sonhamos,

catando de nossas pegadas os gritos usurpadores da fé.

Somos estúpidos quando morremos,

embriagando os cordéis com as cascas surradas de uma vida qualquer.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 27/12/2014
Código do texto: T5082950
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