Escreva menina, escreva...

"E Clarisse está trancada no banheiro

E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete

Deitada no canto, seus tornozelos sangram

E a dor é menor do que parece

Quando ela se corta ela se esquece

Que é impossível ter da vida calma e força"

(Legião Urbana)

E na força que se sente e que se trai

Na esperança que é concisa e que se esvai

Como Clarisse que espera não sofrer

Há certas coisas que não nascem pra viver

Mas que vivem numa morte entediante

Buscando alinho em fatos angustiantes

Perdas e buscas que não valem o existir

Choro e lamúrias que não esperam sorrir

A dor de dentro que desatina sem ter voz

Um pássaro negro aprisionado como nós

E a carne sangra e apodrece com razão

E morre Clarisse nesse poço , nesse chão

E Clarisse está trancada em seu papel

E bebe do teu sangue, gosto fel

A rima podre desse mundo que se diz

A rima podre do que é viver feliz...

Marcia G
Enviado por Marcia G em 27/12/2014
Código do texto: T5082615
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