Escreva menina, escreva...
"E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força"
(Legião Urbana)
E na força que se sente e que se trai
Na esperança que é concisa e que se esvai
Como Clarisse que espera não sofrer
Há certas coisas que não nascem pra viver
Mas que vivem numa morte entediante
Buscando alinho em fatos angustiantes
Perdas e buscas que não valem o existir
Choro e lamúrias que não esperam sorrir
A dor de dentro que desatina sem ter voz
Um pássaro negro aprisionado como nós
E a carne sangra e apodrece com razão
E morre Clarisse nesse poço , nesse chão
E Clarisse está trancada em seu papel
E bebe do teu sangue, gosto fel
A rima podre desse mundo que se diz
A rima podre do que é viver feliz...