por entre os bichos

em horas

em dias

talvez daqui a pouco,

o sol lhe bordará o ventre

o silêncio será o seu rei

a sua mortalha noturna,

e sua casa será um desalinho

sem palavras,

o escuro que ardeu-lhe

a face durante as tardes de gozo,

tomará posse de suas mãos

e o tornará como uma pedra

um pedaço de madeira, o andar

de um bicho por entre os rios

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 27/12/2014
Código do texto: T5082485
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