Lua crescente
Como se abrisse um botão
E encontrasse pétalas mortas
Escutei tuas verdades
Com os espinhos a sangrar
Os dedos ainda inocentes
Desvirginando o medo.
Condenada ao amor
Do outro tão desconhecido
Louco a despetalar o enredo
Soltei-me ao vento
E tentei juntar os fragmentos
Em busca de um embrião
Com aroma de primavera.
Vivo por entre as mãos
Cicatrizando as dores
E as amargas profecias
De um eu irrealizável
Nas incessantes estações
Não sei se ainda reticente
Aguardo tempestades
Encarceradas em minhas inconstâncias...