MIRTES ENTRE OUTROS CONTOS
VOLÍFERA

 
 
Na igreja velha ficava
Doutro lado  da relva de
Um lindo prado
Aberto
Não havia mais
Ninguém pra contar
Toda história
Aqueles pedaços
Eram pedaços ainda
vivos
poucas coisas se calam
quando há vertigens
amor não suprime
nenhum abraço
fica andando
por nenhum outro
espaço
ela trazia as correntes
argolas de lábios
esferas
e outros vibrantes
as coisas p’ra ele
ser ainda mais
penetrante
as horas contavam
tempo desprovido
de vida
gritos aos lamentos
de ouvidos
esfaqueados
pela cena do teatro
que ela convida
sem vida
pedindo esmola
se arrasta
vendida
quer a violência
como essência
seu corpo sofre
no castelo citadino
dos meninos
e seus “brinquedos
de escola”
tardam nas casas
bebem apenas
líquidos efervecentes
o inconsciente
quer brincar
os valentes
abutres sempre famintos
na pedra partindo
à algum lugar
vendem os diversos
não estão apressados
nem sabem nada
de si
ela passa com seu carro
solta fumaça
vidro semi-aberto
olha de pressa
dois ou três
além do mais
cadê vocês
ela sabe do aroma
que quer vingar
libido
o canto intocado
dos ânfíbios
desce a tarde perfumada
de sombras sem
luzes
os carnívoros
são espíriitos quietos
o inferno precisa
que se aproxime
ela sente o sublime
que vem carregar
para a frente
do carro
por favor desça
quero vê-la sem armas
abre a porta
nada feito
o contrário se estende
entre ele
e sua fome voraz
caem as vozes
do herói
se arrependa
das vendas que serão
impostas
entre calado
feche a porta
há um lugar bendito
que torno maldito
quero “sofrer”
sem máscaras.