Reflexos

Não existe nenhum atalho para curar os segregados

Talvez seja isso o que concordamos.

O espelho que reflete a nossa pele

Seja ela um trunfo ou um fardo

Isso está intimamente ligado

Às palavras que nos habitam.

(Você acha que seria amado por um cego?)

Seja ele ou ela

A serem lançados num obscuro sinistro

Existe sempre a probabilidade

De se tornarem amigos do abismo.

Nossos reflexos abruptos confusos

De bebedeiras e músicas e ruas e conversas

Assonâncias e rimas

subversivas e emergidas em ironia

Ou apenas sinceros cuspes no papel

Vão ser declamadas pouco a pouco por onde passarmos

Não existe devaneio, apenas nossas escolhas e respostas.

O caminho não é fácil e nem caro

Seja porque queiramos ele misantropo ou caótico

Façamos as nossas próprias bíblias

Mesmo que não sejam lidas

Por Deus ou por ninguém

Felipe Alves Freitas
Enviado por Felipe Alves Freitas em 25/12/2014
Reeditado em 25/12/2014
Código do texto: T5080726
Classificação de conteúdo: seguro