Reflexos
Não existe nenhum atalho para curar os segregados
Talvez seja isso o que concordamos.
O espelho que reflete a nossa pele
Seja ela um trunfo ou um fardo
Isso está intimamente ligado
Às palavras que nos habitam.
(Você acha que seria amado por um cego?)
Seja ele ou ela
A serem lançados num obscuro sinistro
Existe sempre a probabilidade
De se tornarem amigos do abismo.
Nossos reflexos abruptos confusos
De bebedeiras e músicas e ruas e conversas
Assonâncias e rimas
subversivas e emergidas em ironia
Ou apenas sinceros cuspes no papel
Vão ser declamadas pouco a pouco por onde passarmos
Não existe devaneio, apenas nossas escolhas e respostas.
O caminho não é fácil e nem caro
Seja porque queiramos ele misantropo ou caótico
Façamos as nossas próprias bíblias
Mesmo que não sejam lidas
Por Deus ou por ninguém