ITABIRA (2/2)
ITABIRA (2/2)
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Reluzindo no horizonte
Recortado em esmeril,
Vê-se no alto um monte
De que se orgulha o Brasil:
É o Cauê majestoso
Que o mundo canta e admira
Guarda viril e garboso
Da lendária Itabira.
Em tapete verdejante
Se estendem as casinhas
Como rebanho errante
Sem dono sem pastorinhas...
Lá mais além outras serras
Levantando-se imponentes
São relíquias destas terras
São jazidas esplendentes
Sempre crescendo em declive
Vem a cidade aumentando
E enquanto prospera e vive
Vai sempre se remoçando...
Suas ruas tortuosas
Calçadas de ferro puro
Serão sempre as mais formosas
Da tradição ao futuro.
Cidade de poesia
De luar, de serenata,
Cidade velha e fria,
Cidade boa e pacata.
Velha cidade mineira
Que o forasteiro admira
Terra boa e hospitaleira,
É a lendária Itabira...
E esta é minha terra,
É meu berço mui querido
Cidade que amor encerra
Berço em ferro construído.
Dos filhos no coração
Tem Itabira um altar
Onde com grande emoção
A ela hão de adorar.
Nas noites frias e calmas
Cheias de doce emoção
Genuflexas as almas
Prostram-se em adoração
E ouvem do além, no espaço
Um brado, uma voz estranha
Como a sair do regaço
Daquela enorme montanha:
- Velha e lendária Itabira -
Das escarpas desta serra
Fulgente como a safira
Teu futuro se descerra:
Tu, velha usina do mundo
Serás a mais gloriosa
Pelo teu solo fecundo
E gente laboriosa!
Serás a fonte da vida
Do trabalho e do labor,
Serás a fonte querida
Do progresso e do amor.
Ah! minha cara cidade
Não cairás no olvido
Tu tens a perenidade
És exemplo a ser seguido...
( mas lá se foi o nosso Pico do Cauê para países distantes, desmanchando em lágrimas de ferro puro os corações itabiranos...)