Modernidades natalinas...
Num pensar fustigado pelos passos
maliciosos do tempo
carrego a imaginação num enovelar
marcado por uma música natalina.
Passos escorrem nas calçadas
Numa pressa latejante... para quem
não quer ouvir o barulho na enxurrada
de vícios e virtudes de quem passa!
Único dia para celebrar a bondade
intercalando-a ao som dos sinos
das igrejas nas mãos do sineiro
esquecido no papel amarelado
de um cartão de natal.
No ir e vir do carteiro caixas lacradas
trazem as compras feitas pela internet,
nenhum cartão natalino chega por suas mãos
conservo ainda a mania de enviar cartões
debruço para pensar nas palavras postas
sobre as linhas imaginárias de um cartão
que leva o logotipo da marca de quem o fez.
Teimosos pensam como eu!
Dingdong o som da campainha assusta
lá vou eu levar um dos envelopes, contendo
uma pequena gratificação para um, dois
ou mais, ajudantes do Noel, aqueles que
limpam e organizam a sujeira de toda
uma população ainda inconsciente
do seu viver junto a humanidade!
O Espírito do Natal ainda não nasceu
para muitos dos humanos!