MELINDRA E O CASO VOYEUR
 
 
Ela usava um
Veludo de meia
Que ficava bem
Acima do que
Preciso ainda
Penso quando
Olhava de cima
Abaixo da cintura
Estranha figura
Parada na esquina
Vendo revistas velhas
Desculpa mea-culpa
Interessante
Risada delirante
Remontava meu algoz
Por dentro
Fantasma erótico
Pulveriza horizontes
Onde vou
O que levo comigo
Estas flores exóticas
Qual lugar convido
Já estou de caso
Com teu corpo
Meu sopro de fogo
Descalça primeiro
Caminho agora
Numa floresta mágica
A sádica dona da casa
Me deixa entrar
Sorrindo
Me envolvo retorno
De volta
Respiro um pouco
Há um sufoco mortal
De imortal se torna
Louco
E ainda sonho
Estou por perto
Converso com o enfermo
Que na rua faz um pedido
Distante de tudo
Num instante
Fico claramente mudo
De frente a tudo
Onde tudo derrepente
Cai no abismo
Fajuto
Do que era delirante
O homem que transava
Não estava mais
Assim tão perto
Eram olhos
Duas pedras brilhantes
Se tornam avulsas
Caem finas mostrando
nada adianta  
se eu a tocasse
Com minha fala
Confusa
Havia uma blusa
Da cor da pele
Desamarrando
O que devagar
Se via navegando
Era o desespero
Pelo toque sublime
Que inflama
Quer a dama
Que ainda está chamando
O livreiro
 pelo meu nome
Desejava cair dentro das letras
Me abra me entenda
Coma todas elas
Quando lábios
Sussuram qualquer coisa.