TELA DO DESTINO
Ando descalço por vales e campinas,
Não piso azulejos, é chão e terra dura
Que abrem espaços à minha aventura
E sigo catando do tempo, minha sina.
Verde é tapete aéreo em copas altas,
No solo ressequido dormito a vergonha
Da cruel fadiga que faz a vida enfadonha
E os sonhos reprimidos das horas peraltas.
Em derredor só silencio e floresta doente
Tragada pela indecência inconsequente
Da humanidade que come e bebe ambição...
Não vejo cerâmicas... não noto mármores,
Só mosaicos partidos em torno das árvores
Já velhas onde se pinta de ilusões o coração!