TELA DO DESTINO

Ando descalço por vales e campinas,

Não piso azulejos, é chão e terra dura

Que abrem espaços à minha aventura

E sigo catando do tempo, minha sina.

Verde é tapete aéreo em copas altas,

No solo ressequido dormito a vergonha

Da cruel fadiga que faz a vida enfadonha

E os sonhos reprimidos das horas peraltas.

Em derredor só silencio e floresta doente

Tragada pela indecência inconsequente

Da humanidade que come e bebe ambição...

Não vejo cerâmicas... não noto mármores,

Só mosaicos partidos em torno das árvores

Já velhas onde se pinta de ilusões o coração!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 24/12/2014
Código do texto: T5079513
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