MOCIDADE
Insisto em ter vinte anos,
mas vem o espelho me contradizer.
Tantos sonhos e desenganos,
porém não desisto que posso fazer?
Ainda trago o mesmo amor no peito
e um vazio no leito esperando você,
vivo abraçado à minha mocidade
pois na verdade o que vale é viver.
A juventude anda transviada,
tudo é diferente de tempos atrás.
E eu aqui insistindo em ser moço,
enquanto diz o tempo isso é querer demais.
A vida pouca me chama à porta
sigo a linha torta alheio à razão,
o coração contraria o destino
fingir ser menino, sei que é ilusão.
Não vou me entregar tão cedo,
canto, vivo, amo e não tenho medo.
Venha depressa que está muito frio
e seu lado da cama ainda está vazio.
Saulo Campos - Itabira MG