AFIRMAÇÃO

De que importa se a palavra é torta,

a natureza morta junto da parede,

se o desamor o sentimento aborta,

ver o cansaço desprezando a rede.

A sombra alheia a me roubar a luz,

o espelho vesgo me olhando torto,

tanto caminho que a nada conduz,

um sonho eterno que já nasceu morto.

O leito arrumado a alma vadia,

a condição que vem sempre atrasada,

o pensamento insano, a mente vazia,

a indecisão em plena encruzilhada.

O beijo doce, a boca insolente

vigiando o sono da insônia maldita,

o abraço apertado, o sorriso descrente,

a saudade latente, a tristeza infinita.

Saulo Campos, Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 23/12/2014
Código do texto: T5078554
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