MIRTES E AS CARTAS BRANCAS

 
Duvidaram da vida
Que passava adiante
Passava pensava
Sentava a frente
O ogro calado
Fumando verdades
Nos olhos
Um relógio estampado
Folhado de ouro
Dizia ao viajante
Indomado
Quem era o dono
Apenas pelo menos
Do que ele sentava
E as coisas que emanava
Pedras preciosas
Sabores que poderia sorver
Se acaso sentasse
Debruçasse
Tudo que seu corpo sofre
Com um pouco
Da sorte
Que não viaja a muito
Nos seus sonhos
Trago minha inteira
Única fonte
Uma velha bengala
Torneada retorcida
A pedra brilhante que veêm
Um rubi que não é
Tão falso
Quanto o escasso
Juvenil das poeiras
Do tempo
Que vem até a aqui
Dou-me ao escasso
Voluntário
Se posso navegar
Onde estão às voltas
Com seus estanques
Vibratórios
Ao lado do que cinzas
Portam nervos
Serei aquele a quem
A dúvida começou
Diante do que devo
Suporto o que for
Mas preciso
Desse adiante
A frente que não fica
Nunca onde estão
Meu coração pertence
Ao fraco induzido
Mundo das aventuras
A sina que desenho
Não cai em abismo
Antes passa por ele
Toca o sino das esquinas
Não dobra espinhas
A nenhum favor
O que venho buscar
Já pedi aos pastores
Mas o clamor
Quer antes a alma
Descida no fraco pendor
Dos pedintes
O requinte das colméias
Onde é cintilante o mel
Me quer no horizonte
Dos céus
Minha alma não está a venda
Nem ao diabo
Nem a todos ao léu
A pedra compra o assento
Assisto paciente
Suas escolhas
O veneno que fumas
Eu trago nas ruas
Tenho a dose das luas
Tomo  a água benzida e pura
Sem nenhum castiçal
Chorado
O leque de ventos soprados
Minhas mãos
Cortam um pouco
Do que pouco
preciso em vão
vão continuar neste inferno
eu não
vão adiante enfermos
e vão
eu não vou
eu vou .