Anoitecendo
Quando tudo vai/
Tudo para/
Algo exala/
algo fica lá/
A luz/
Esvai suave/
Pelas encostas dos segundos/
Dizendo adeus aos mundos/
Os olhos mergulham numa escuridão/
Do silêncio das almas/
Tudo cala/
Aqui e acolá/
Vaga lume Lumia/
Aquela poesia que sofria/
Se põe a pipilar/
Enquanto os versos da harmonia/
Se despem do dia/
Sem falar/
E pela raiz/
Pela carne da carne/
Pelo sangue do sangue/
Que a cor predominante na noite/
Faz par com o azul marinho/
Aqui e acolá/
Vem a brisa apalpando os seios nativos da mata/
Balbuciando verbos/
Aos seres da noite/
Fazendo a flor/
A beira do lago acordar/
Pra festa que vai começar/
Só ai tudo cala/
Só quem vaga/
Sente os detalhes/
Da vida no ar/