P r o l e
I
Duas figuras, dois mundos, duas estradas... Um só resultado: O bem nascido!...
Gerado, consubstanciado... Esmerilado na forja da vida cotidiana da implacável sede de ser um animal com anima.
II
Dois pontos e uma linha tênue que vaga tenazmente entre o ser e o ter:
Vontade, desejos, anseios, coragem de estabanar no mundo mais uma
cria... Contorcida em dores de um longo parto.
Ave!... Nasceu, aquele que poderia ter sido ela segundo Patre; no entanto,
Mater venceu... Foi ele.
III
A história estava escrita e todos os personagens se presenciavam, posicionavam
no palco de segredos vitais... A plateia aguardava ansiosa pelo enredo.
Os ancestrais intervieram de forma inescrupulosa, desastrosa, porque pela sua
vez a verdade foi ocultada e os fatos desviados para o espaço mais longínquo daquele feto.
IV
Verdade seja bem dita...
O broto fincou raízes, sombreou os tantos que por si passaram nas peripécias do novo entardecer.
Gerou flores, sementes e frutos; mas agora se oculta à beira das falésias do tempo.
V
O deserto floriu na última primavera de Mater, mesmo ela se
achando estéril a vida lhe concebera um fruto.
Pater ao contrário se viu nu, inebriado de tanto desgosto, mas brindou ao seu sucesso. Afinal, tudo posso, neste que me enaltece.
VI
Tempos difíceis foram aqueles que bem nascido vivera.
Contorcera-se nos nós que deram na sua língua,
emudecendo-se ao longo do tempo e hoje urra ao vento: e o meu lugar?
Voracidade... É o que restou deste epílogo que ainda finda no que está para acontecer.
VII
Mater e Patre: se foram... Hoje sobraram as cenas dos próximos capítulos.
Quem assistir verá; mesmo que for deitado em berço esplêndido d’uma memória que ainda não se apagou.
VIII
Publicidade a parte...
É hora de mudar a hereditariedade desta equação sertaneja que não resolvera, passou.
A incógnita precisa ser positivada, decifrada.
Eis a questão: razão composta por três:
Patre, mater, filìus.
F a m i l i a.
Eugênio
21/12/2014