AMOR D’LEVIANO
 
 
Os recados
Ouvidos pela vontade
Pensada
Andada desfreada
Por todo espaço
Que conquista
Outro retrato
Também como ela
Abandonado
Deformado
Jogado na avenida
Pedindo a última esmola
Antes de ir
De volta a desavova
Abrir o corpo
A vantagens dos outros
Que nunca a vantagem
Que quer dar a ele
Por que desfaz sonhos
Desfaz invernos
Refaz tristonhos
Internos
Meus sentidos
Que esperam na porta
Aberta por você
Chave das comportas
Que nada comporta
Depois da volta
Do lado de dentro
Não há mais beleza
Há frieza
E os golpes de olhos
Sagazes e loucos
Querendo o que trago
Nenhuma das fantasias
nem a pintura do retrato
que componho
a velha sintonia que apago
vai acender
de novo mais tarde
posso ver
depois dos outros
todos que vierem
quando a janela se abre
abro as celas
de todos
vão-se aos mundos
contar minha alma
como  frutas na mesa
servidas
o que pouco importa
vai rindo ao descaso
pela mesma porta
que deixei
pelo lado de fora
um recado
não apareça
se quiser me falar
o futuro esquecido
ainda mora comigo
se vier me amar
fuja do amigo
esqueça os doces
que traz consigo
destrua esta pose
arrombe o passado
me tenha de novo
o que vai ser amado
quer as saudades
por dentro do corpo
suspiradas
em suor.