O inseto cava

Apesar de toda a sua penúria,

não pode reprimir um sorriso

ao pensar nisso.

Franz Kafka

Vejo o coro marrom da plenitude:

Sentado e circunflexo,

estas violetas.

Nutre cuidado nestes dias

de secura e solene inseto.

A bile de zinco

invade o vetor num gêiser.

Não trazem mais as pausas

como nessa borracha,

essas cordas transmutadas

E ainda que humano,

Ainda que escute o abrigo,

O lugar do mau poeta

correndo pelo ósculo soberbo

na posse de patas.

Não tragam

as pausas: a moça pigarreia.

Curvei-me exoesqueleto.

Inaudito em fluido,

fina esfera encabulada

Com o

Pássaro

na traqueia,

Um brinde ao seio.

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 20/12/2014
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T5076154
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