A FLORESTA

PAIRA EM RODA, O TERROR, DO ABISMO DE FOLHAGEM,

QUE DO MONTE ULTRAPASSA A MAJESTOSA ESPALDA,

ONDE RONCA O TAPIR, COMO UM TROVÃO SELVAGEM,

E DORME O BEIJA-FLOR IHAMADO DE ESMERALDA;

AS VERDES CATEDRAIS DAS ÁRVORES ESPARGEM

UM CHEIRO AGRESTE E BOM, QUE CORAÇÕES ESCALDA,

CANTA-LHE DENTRO A ORQUESTRA INVISIVEL D'ARAGEM,

ANDA-LHE DENTRO A LUZ QUE ASSOMBROS MIL SOFRALDA.

FALENAS D'OURO E ONIX, CATADUPAS DE FLORES,

SERPENTES COLOSSAIS, ASAS VERSICOLORES...

QUE MISTÉRIO SEM CONTA A MATA NÃO ENCOBRE!

HOMENS RUDES E NUS, DE PELE COR DE COBRE,

DE OLHAR MAL-ASSOMBRADO E DE PENAS NA TESTA,

LENTO, SAINDO VÃO DA BOCA DA FLORESTA.

1900-"SUPREMA EPOPÉIA."