Como uma índia


Não sei porque tu tanto me recriminas,
Por gostar de viver pelado, como um índio,
Se é o que mais quero e preciso, menina,
Antes que nos veja, de teu prédio, o síndico.

Meu sonho é vivermos nus pelas florestas,
Com só o sol e o vento nossos corpos tocando,
Vivendo intensos este instante que se presta
A nos mostrar que só vivemos quando amando.

Seríamos felizes, não em casas, mas em ocas,
Tomaríamos banho nus, em rios, a cada dia,
Tu te alimentarias de frutas e da mandioca,
Acolhida em meus braços, ao som de poesias.

Eu, por ser assim carnívoro, autêntico canibal,
Degustaria teus pés, pescoço, coxas e seios,
Até uma fatia das nádegas, sem fazer-te mal,
E viveríamos nossa vida em paz, sem receios.

Sabes que este é o maior dos sonhos, por certo,
Sonho que tanto sonhei, há muito acalentado,
Vivido cada dia, no aguardo do momento incerto
De deixarmos o mundo louco e vivermos pelados.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 19/12/2014
Reeditado em 21/12/2014
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