Falando da voz.
Voz desmata, deflagra, descabela.
Deixa a cor confusa, o sangue afoito, a cabeça aflita.
Voz ordena, abençoa, destroça.
Deixa os olhos órfãos, as paredes úmidas, o dia esquisito.
Voz unta, escorrega, conduz.
Deixa a fé debandar, o arremate frouxo, a mão vazia.
Voz ancora, escolhe, seduz.
Deixa o medo bambo, o riso íngreme, a pegada aquecida.
Voz esquece, afronta, imanta.
Deixa o tempo cabisbaixo, a paz linda, o sonho refogado.
Voz estranha, caminha, encontra.
Deixa as amarras erectas, o suor esquecido, a paixão perversa.
Voz desperta, encurrala, atraca.
Deixa o medo criança, a dor aninhada, a vida feliz.
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