OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO
[Para Manoel de Barros – III]
li latas esquecidas.
li lua n’água da bacia.
eu li, lá,
crianças trepadas no céu, juro
que li amor maduro no pé
mordiscado antes d’eu
e daquele piá de sorriso puro...
sabe, flor do pátio,
eu li lilás,
reli a lilácea
e transli liliáceas naquele olhar que leu o lis...
e, lendo origens de lírios, rios e luares,
libertei minha ave-poesia...
porque eu li a minha infância nos olhos do poeta do campo.
*Transli: do “transver” de Manoel de Barros
*Flor do pátio: da “flor do Lácio” de Olavo Bilac