EXÍLIO

Aguei minhas margaridas...

Ato até repetitivo...

Olhei, porém, demorado,

teu retrato, carcomido,

pelo tempo, sobre a estante...

Flagrei-me em longo suspiro...

Até, sei, penalizada,

pelo tempo, que em seu giro,

fez-me seguir, conformada,

com o que ficou sem futuro...

Vaguei perdida na casa...

Busquei remotos sorrisos,

motivados por presenças,

hoje, distantes, ou idas...

Revivi felicidades,

rendidas pela leveza,

que foram marcos, divisas,

de um tempo que já se foi...

Um pé lá e outro cá,

mais o miado do gato,

um café, pouco recato,

baguncei com minha vida...

- Quero o que amei de volta!

Dou asas para o que importa,

o resto eu desdenho, é nada!

Senão, eis o meu exílio...

Coração vai maltrapilho,

sem saber por onde ir...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 18/12/2014
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