Há de ser de contra

Arde sede contra a vontade

Há de nem ser cidade a necessidade em mim

Submerso em versos

Sob um mar inverso

Sal, dádiva e fim

Ávida, sem vida, a saudade

Esperando, eu vou tarde daqui

Peço, me despeço

Dispo-me do excesso

Volto, vou, tô ali

Há de ser de contra a coragem

Toda e qualquer vantagem de fim

Perto, me desperto

Sob o céu aberto

Só se o sol não sair

Há de ser encontro à bobagem

Ver de verde, a miragem seguir

Certo do que é certo

Dito-me decreto

Por enquanto sentir

Esperamos dias vãos

Vão se os dias que outro dia esperávamos, vim ver

Não vivemos mais, então

Tudo aquilo que tão logo aqui levamo-nos a ser

Em vão, vamos-nos agora

Ré parando os planos que custamos anos entender

Só quem não me quer não chora

Quem me chora quer sorrisos que não posso devolver.