FERTEIS DE NIHIL

 
Vozes visitam
O contrário de si
A aparência resolve
Aparecer
Ver o possível
Dentro se um copo
Vazio
Que partiu depois de
Ter bebido
Todo seu sangue
Num vácuo permitido
pelo corpo
havia tempos
entre outros
dias
necessitado
de ventos  que trazidos
traem o aroma
que era velho
demais p’ra ficar
joga moedas no lago
o mago da noite
paira na esquina
tem uma menina
e algumas coisas
escondidas
dos porcos
misérias resolvem
o enquanto
que por enquanto
não desaparece
em outro copo
que vazio
traga agora
outro copo
ainda mais frio
que esse
as damas as senhoras
as putas
e as disputas
dos otários
vibram a noite
por toda sala
beijos lambidos
mordidas e acessórios
se confundem
na fantasia desperta
o choque de supresa
apenas aguarda
o desavisado
perseguido
pelo jogo andróide
dos alcalinos
que nada tem
além de meninos
num corpo postiço
devotos da igreja
do alcool
vestem a batina do risco
pairam sombras
estúpidas
por todo lugar
a fumaça que brinda
resseca as fibras
contidas
querendo o que
existe de mais vulgar
rezam entre as pernas
das vendidas
que gozam escarros
por bebida
derrapam carros
na estrada
motos endiabradas
plástica de músculos
e morfina
quem veio dançar
escuta outra música
quem veio dançar
desce a rua
da noite ferida.