Aquela mulher sentada
Da calçada se via
Correndo o olhar pelo corredor
A passagem para o quintal
A cidade enfeitada para o natal
Lá no fundo o mundo se dividia
A mobília envernizada
Vendo o tempo bailar na sala
Aquela mulher sentada
Não se sabe em que pensava
A cada ponto no crochê
Um fato repassado
Correspondia a uma laçada
Entrava ano e ano saía
Ela ali, como soía
Ponto e pesponto
Agonia e agonia