Alegria não se coa.

A alegria vem de longe,

poupando o fôlego numa caminhada tranquila.

Traz no seu bojo os pedaços de sonho que vamos ancorar,

muitos deles ainda estranhos, ainda assustadores.

A alegria é púrpura pouco imantada,

fuligem que deixamos untar nosso chão sem medo,

nem saudade.

Quando nos fazemos saciados, rendidos,

essa felicidade nos abraça feito cria recém parida,

como se fôssemos a única flor desse mundo.

Acho até que somos mesmos.

Alegria não se coa, nem tampouco deixamos num curtume

qualquer para secar suas veias.

Alegria é acertar no eixo da paixão com dentes de samurai,

é fincar nossos suores com as unhas de Deus.

Alegria é presente da terra, é fruto do eco, é mantra das águas

do dilúvio, é a certeza de que toda essa zona vale a pena.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 16/12/2014
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