Alegria não se coa.
A alegria vem de longe,
poupando o fôlego numa caminhada tranquila.
Traz no seu bojo os pedaços de sonho que vamos ancorar,
muitos deles ainda estranhos, ainda assustadores.
A alegria é púrpura pouco imantada,
fuligem que deixamos untar nosso chão sem medo,
nem saudade.
Quando nos fazemos saciados, rendidos,
essa felicidade nos abraça feito cria recém parida,
como se fôssemos a única flor desse mundo.
Acho até que somos mesmos.
Alegria não se coa, nem tampouco deixamos num curtume
qualquer para secar suas veias.
Alegria é acertar no eixo da paixão com dentes de samurai,
é fincar nossos suores com as unhas de Deus.
Alegria é presente da terra, é fruto do eco, é mantra das águas
do dilúvio, é a certeza de que toda essa zona vale a pena.
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