Cobertor surrado
Enrolado em seu velho e surrado cobertor,
Olhos atentos, abertos,
Perscrutando a escuridão do quarto...
Vida estranha a sua,
O que fizera dela?
Apenas tentara se proteger...
Protegera-se dos amores fugazes,
Das relações duradoras,
Dos entraves da vida, das manobras...
Protegera-se de tudo, menos de si.
A liberdade que tanto almejara
Era agora sua carcereira,
Sua única amiga em seu leito frio de cobertor surrado.