Poesia de ontem
Ontem fiz uma poesia mágica
Sublime, trágica
Hemorrágica
Mas foi ontem e por falta de sorte
Era uma poesia apenas imaginada
Todas são, contudo, e isto não é nada
Mas sempre as imagino à noite, por esporte
Mas era bem bonita mesmo, rapaz
Era linda!
Era estranha, contraditória, contumaz
Forte, hilária, divina, diabólica, capaz
E mais um pouco ainda
Ainda bem que não peguei do lápis e do papel
(Mas eu uso mesmo é o notebook, boy!)
Pois aí, trazida à tona, à vida
Seria uma poesia lida
E mais me apraz tê-la apenas imaginada e já esquecida
Pois a memória ultimamente só me corrói
Natimorta, deve ter ido pr'o céu
Mas, olha... talvez eu a tivesse escrito
Que bonito!
Tinha rima e a coisa toda... agora me arrependo
Volta, poesia divina, te desejo ardendo
Te desejo porque tu és idealizada como a minha vida, o meu amor e tudo ao meu redor, idealizada como um verso infinito que acaba sem acabar, sem rimar, mas sabe-se que não acabará por causa das reticências...
...
...
...