Passa a barcaça, passa o tempo
Lenta, a barcaça vai,
o tempo também
vai com a embarcação
e diz: já é hora.
Já é hora de voltar
ao cais de origem.
O tempo já deu
o nó em pingo d´água.
A barcaça ouve e não ouve,
faz um gracejo
e parte,
sem dar bola...
Não quer voltar,
quer a aventura,
quer a viagem.
Ainda se acha jovem.
Mas os anos já dobraram
a barcaça e logo voltará
porque não há tempo
que não passe...
(Poema em homenagem ao ”barcaça”, meu pai, João Duarte Pinheiro)