Zune o vento por minutos espaçados,
cintila o sol por cima das escarpas,.
Terras que majestoso governei,
sendo pela mão da paixão guiado
e com ela guiando numerosa grei.
Meu coração foi de todo extirpado.
Após revolta ruidosa e violenta
pelas ruas desfilei engalanado
com passo firme e marcha lenta,
nas cidades de terras em que fui rei.
Pela turba, ó dor, fui acossado:
(lamento, sou alma que não escapa!).
Brandi o ferro que me fere, violenta,
corta meus membros em pedaços
e os espalham pelas curvas das estradas.
Degolado pelos próprios irmãos,
Ah, amarga fúria, descontrolada!
Nenhum deles ouviram meus não, não, não...
Agitavam meu corpo em frangalhos
e gozavam com os golpes que me davam.
Fui preso em funda e fria masmorra
antes que o ferro sobre meu corpo caísse.
Ouvi gemidos que pareciam tristes,
que imploravam pela minha escolha
e exigiam que eu resistisse.
Minha vida assim foi consumada
desta vez a sorte não me sorriu.
Foi mais feliz quem antes partiu
de ver minha derrocada, minha desdita
e o meu corpo trespassado pela espada.
Vítima culpada de cólera maldita,
solitária alma que fui eu!
Assim pereci como ladrão cínico
olhando nos olhos de quem comigo morreu
e que trazia nos lábios sorriso único.
Esse foi o preço da dependência,
o peso que desditoso suportei.
Exerci o poder sem piedade ou clemência,
cheguei feliz no ápice da demência
nas terras distantes que governei.
Fui dos tiranos o mais odiado
mas agora não me arde o arrependimento.
Somente o prazer do fingimento
me faz experimentar a indolência
que me invade ao sentir o sopro do vento.
Assim, contemplo o horizonte das escarpas
com o sol me olhando do firmamento.
Sou assim e assim sempre serei
(lamento, sou alma que não escapa!),
Busco uma terra e povo sem rei.
cintila o sol por cima das escarpas,.
Terras que majestoso governei,
sendo pela mão da paixão guiado
e com ela guiando numerosa grei.
Meu coração foi de todo extirpado.
Após revolta ruidosa e violenta
pelas ruas desfilei engalanado
com passo firme e marcha lenta,
nas cidades de terras em que fui rei.
Pela turba, ó dor, fui acossado:
(lamento, sou alma que não escapa!).
Brandi o ferro que me fere, violenta,
corta meus membros em pedaços
e os espalham pelas curvas das estradas.
Degolado pelos próprios irmãos,
Ah, amarga fúria, descontrolada!
Nenhum deles ouviram meus não, não, não...
Agitavam meu corpo em frangalhos
e gozavam com os golpes que me davam.
Fui preso em funda e fria masmorra
antes que o ferro sobre meu corpo caísse.
Ouvi gemidos que pareciam tristes,
que imploravam pela minha escolha
e exigiam que eu resistisse.
Minha vida assim foi consumada
desta vez a sorte não me sorriu.
Foi mais feliz quem antes partiu
de ver minha derrocada, minha desdita
e o meu corpo trespassado pela espada.
Vítima culpada de cólera maldita,
solitária alma que fui eu!
Assim pereci como ladrão cínico
olhando nos olhos de quem comigo morreu
e que trazia nos lábios sorriso único.
Esse foi o preço da dependência,
o peso que desditoso suportei.
Exerci o poder sem piedade ou clemência,
cheguei feliz no ápice da demência
nas terras distantes que governei.
Fui dos tiranos o mais odiado
mas agora não me arde o arrependimento.
Somente o prazer do fingimento
me faz experimentar a indolência
que me invade ao sentir o sopro do vento.
Assim, contemplo o horizonte das escarpas
com o sol me olhando do firmamento.
Sou assim e assim sempre serei
(lamento, sou alma que não escapa!),
Busco uma terra e povo sem rei.
Marcos Monteiro é Filósofo e professor dessa cátedra na Fafima (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé/RJ).
Imagem: Guerreiro hoplita, Hoplita (do grego ὁπλίτης, transl. hoplítes, pelo latim hoplites) era, na Era Clássica da Grécia antiga, um soldado de infantaria pesada. Seu nome provém do grande escudo levado para as batalhas: o hóplon. O hoplita era o principal soldado grego da antiguidade.