MIRTES E A ORDEM DO VENTRE
NIFERÚS
 
Os reachaud de madrepérola
Agora enfeitam velas
Que acesas
Permitem a beleza
E o encanto do luto
O culto do entre mundos
Sagrado apenas
Aos Terrenos
Recebe o cedro
E as ervas da purificação
Que irão ao ar
Ventos ao mar
Deixarão como poeira
O que não ficar
No catre abaixo
Da mesa
Onde estarão
As cinzas de Dévora
E os lamentos do séquito
Seus sonhos caidos
Como larvas incendiárias
Chora os vulcões
Adentro almas
Coentro nas incensárias
Trazem vestígios
Ainda há um coração
Que pulsa pelo elemento
Do grande permitido
n'um corpo
que ainda parece vivo
Observa um pranto
Fervendo
Antes do fogo iniciar
Hinos louvam a submissão
Aos lamentos
A horda pinta o vulgar
o que tem por mérito
não revela o que pertence
as eras
Lilith permite
Que todos
Entre a coorte
As raptoras do vale
Dentre as troianas
A que é liberta
Trazerem a marcha
Ao templo da ordem
P’ro sepulcro
Na criptas-morten
Onde apenas quem morre
Morre pelas forças
Da Grande víbora
A videira-mãe
Das eras
A quem  esta terra
Se faz rainha do
Entre mundos
Lilith concede
A quem por alguém
Antes dela
Permitido também
Descançar n’um lugar
Onde somente sua coorte
Pode ficar
O que doi na carne
Responde pelo
Que sente
As visceras tinham
Agonias
Do que era presente
Eram dias de um suor
Salgado
Dormia ao lado
Quem emanava ventos
De ecos desdobrados
Livro de escritos
Viciados
Querem a sorte
Do que vive na imensidão
A quem o ventre
Não permitiu irromper
Se não nascer
Como estrela
As tochas preparadas
A cama com palha
Do carvalho antigo
Guarda o último abrigo
no leito que irá
Verter mágoas
Ressentidas
Poderão cantar
As dores da partida
Mas saberão do amargo
Nas bocas que ficam
Traz a força do que é eterno
O que dorme no inverno
Desabrocha flores
Logo a luz ascendida
Virá em outros brilhos
Trilhos de vida
Que abrem céus
Quem retira o véu
A muito já criou o elo
Quem descobre o manto
No ritual da colheita
Não permite que nada
Seja tocado
Pelas impuras
Nem pelas Únicas
As ordens do abismo
Devem entender
Antes o que diz
O manuscrito
Os desenhos por todo vale
Tem segredos a muito
Escondidos
Os anciões abandonaram
A fala
Deixaram o que cala
Em mentes vestidas
De entes imaginários
Incensários por todo vale
Não querem o gosto
Do que queima
O que na lenha do cedro
Faz  desaparecer
A ilusões do que não é escravo
Mas pomar
Do que é nascimento
Deverá morrer
O fim do rito se dará
Quando a lua descer
E vênus no alto brilhar
nunc factum est
quasi aurora
de facto...