O Princípio de tudo
Entro nos teus olhos como se
fossem mar e um turbilhão de hemisférios
se me adentram pelo orvalho da tua íris.
Lanço-me de encontro as marés de uma voz
antiga e abro as janelas da tua luz
para além do atlântico mar que nos domina.
Dou-te meu respirar de ventos e o azul de um céu tropical
te preenche do amor que não ousavas pressentir
que houvesse.
Então deixas-me morrer na maresia que de teus olhos se liberta
para então dormires quieto na sombra dos meus medos
e te abrigares no sussurro do cair da tarde dos meus olhos.
E teu corpo enche-se de poesia, do ocaso, e as palavras me preenchem e me vestem, como se fosses sempre o princípio de tudo.