A NOITE ACESA

Os mediocres

Vacinados da cabeças
Aos pés
Tentam entrar
Lá dentro são
Conhecidos
Apenas pelo dinheiro
As joias que tem
Voltam  p’ra casa
Com algum prêmio
A loira a morena
O inverso de tudo
Também valeu
Qualquer pena
A sobra recai na esquina
Um vacilo deixado
A mulher que olha
De cima
Percebe o odor
Das bestas
Vestidas p’ra matar
Querem ser  a última
Ordem
Vendendo seus corpos
A noite não tem porém
Somos cegos
A lua vaga adiante
Ninguém vai a lugar
Nenhum
Portanto seus brilhos
Seus cilhos pintados
Estas ovelhas
Retirados do pântano
Aqui são ainda
Apenas desejadas
Ela volta o olhar
Ao que senta
Perto do bar
N’uma vitrine escondida
Quem quer vê-lo
Deve passar por lá
Traz um perfume cítrico
O feio se faz
Por bonito
Toma um drink desperto
Drink e um crivo
No deserto
Que persegue
Ela desce as escadas
Do mágico
Encara a frieza
De um desejo
Sem romance
Ataca com um beijo
Arma que mata
Todo ansejo
O gozo vibrante
Dos lábios amantes
Permite tudo que vem
Ir adiante.